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União Brasil e PP lançam federação com maior bancada do Congresso e sinalizam oposição ao governo Lula

União Brasil e PP lançam federação com maior bancada do Congresso e sinalizam oposição ao governo Lula

Em um movimento que promete mudar o equilíbrio político em Brasília, os partidos União Brasil e Progressistas (PP) anunciaram nesta terça-feira (29) a criação de uma federação partidária. Batizada de União Progressista, a nova frente nasce como a maior força política no Congresso Nacional e com discurso crítico ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Com 107 deputados e 14 senadores, além de seis governadores e quatro ministros no atual governo, a federação terá controle sobre aproximadamente R$ 950 milhões por ano do Fundo Partidário. A aliança marca uma reconfiguração estratégica no chamado Centrão e deve impactar diretamente o cenário eleitoral de 2026, especialmente com a pré-candidatura de Ronaldo Caiado (União) à Presidência da República.

O que é a federação União Progressista?

A União Progressista é resultado da união formal entre o União Brasil e o PP, dois partidos do campo da centro-direita brasileira. Diferente de coligações eleitorais pontuais, as federações partidárias exigem que os partidos atuem juntos por, no mínimo, quatro anos. Isso significa que tomarão decisões conjuntas no Congresso, compartilharão diretórios estaduais e unificarão estratégias políticas e eleitorais.

A oficialização ainda depende da aprovação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mas os trâmites devem ser concluídos até o segundo semestre de 2025. Os presidentes das legendas, Antônio Rueda (União Brasil) e Ciro Nogueira (PP), assumirão juntos a condução da nova federação, conforme anunciado em evento no Salão Negro da Câmara dos Deputados.

Discurso de oposição: choque de prosperidade e modernização do Estado

Durante o lançamento, foi apresentado um manifesto programático que destaca os pilares da nova federação. O texto defende um “choque de prosperidade” no país, por meio de uma ampla reforma do Estado. “A fragmentação da representação parlamentar, recorde em termos internacionais, há muito é apontada como um dos graves empecilhos à governação do país”, diz o documento.

A proposta, segundo os presidentes da nova federação, inclui modernizar a gestão pública com uso intensivo de tecnologia, reduzir a estrutura estatal e revisitar o funcionamento dos Três Poderes. A ideia é apresentar uma agenda liberal, voltada para desburocratização, privatizações e eficiência administrativa.

Aliança com o bolsonarismo?

A cerimônia contou com a presença de figuras importantes do bolsonarismo, como Valdemar Costa Neto (PL), além dos líderes do PL na Câmara e no Senado, Sóstenes Cavalcante e Carlos Portinho, respectivamente. A ausência de representantes do PT reforçou o posicionamento da União Progressista como força de oposição ao governo Lula.

Entre os discursos mais aplaudidos, o do governador de Goiás, Ronaldo Caiado, teve destaque. Pré-candidato à presidência em 2026, Caiado foi direto: “Em 2026 vamos ganhar as eleições no País e vamos subir a rampa do Palácio do Planalto”. Ele também criticou a condução da política fiscal e a atuação do governo federal na segurança pública.

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Saída do governo Lula é questão de tempo, diz ACM Neto

Apesar da nova federação contar atualmente com quatro ministérios no governo Lula — três indicados pelo União Brasil e um pelo PP —, o clima é de desembarque iminente. O vice-presidente do União Brasil, Antônio Carlos Magalhães Neto (ACM Neto), afirmou que, com a formalização da federação, a participação no governo será “inevitavelmente revista”.

“Vamos ter que enfrentar a participação ou não no governo. Eu acho que vai ser inevitável para que a gente tenha uma desvinculação completa com o governo e a qualquer tipo de participação nele”, declarou ACM Neto.

Hoje, os ministros da federação são:

  • Celso Sabino (Turismo) – União Brasil
  • Waldez Góes (Integração e Desenvolvimento Regional) – União Brasil
  • Frederico de Siqueira Filho (Comunicação Institucional) – União Brasil
  • André Fufuca (Esporte) – PP

Apesar de estarem no governo, esses quadros participaram do evento, indicando que podem ser substituídos nos próximos meses em decorrência da nova diretriz política.

Impasses estaduais desafiam coesão da federação

A consolidação da União Progressista não está livre de obstáculos. Em vários Estados, como Bahia, Pernambuco, Amazonas, Paraíba e Paraná, há conflitos entre as duas legendas. Em alguns casos, um dos partidos está na base do governo estadual petista, enquanto o outro é oposição direta.

Na Bahia, por exemplo, o PP faz parte da base do governador petista Jerônimo Rodrigues, enquanto o União Brasil lidera a oposição ao governo do PT. Já em Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro — os três maiores colégios eleitorais do país — os impasses serão resolvidos pelo diretório nacional da federação, como indicaram os dirigentes.

Um dos líderes ouvidos pela reportagem afirmou, em caráter reservado, que as decisões nesses Estados devem priorizar candidaturas mais competitivas, independentemente da filiação original.

Impacto eleitoral e político da federação

Com a maior bancada da Câmara e do Senado, a União Progressista terá forte capacidade de influenciar votações, compor comissões e até controlar pautas legislativas estratégicas. Além disso, a federação fortalece o campo da direita no país, sobretudo ao se aproximar de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro.

A movimentação pode representar um ensaio de frente ampla conservadora para enfrentar o PT em 2026. A presença de Ronaldo Caiado como pré-candidato fortalece esse plano, podendo atrair outros setores do centro-direita e até parte da direita liberal

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