No final dos anos 90, a Amazon perdia milhões tentando se tornar uma “loja de tudo”. Eles estavam gastando US$ 2 para cada US$ 1 ganho.
Em 2001, a empresa estava implodindo. US$ 1,4 bilhão perdidos e cerca de 1.300 funcionários demitidos. À época, havia projeções de que era questão de semanas para que a companhia chegasse ao nível de falência.
Corta para 2002…
A Amazon estava desesperada. Eles precisavam de lucro — e rápido. Eis que Jeff Bezos percebeu algo.
Os engenheiros da Amazon estavam constantemente consertando sua própria infraestrutura tecnológica. Cada lançamento de um produto exigia meses de trabalho apenas para configurar servidores.
Na sua cabeça, se eles estavam “lutando” contra isso, era certo que outras empresas também estavam.
Logo, a dúvida que começou a circular pela empresa foi: E se a Amazon pudesse vender seu poder computacional para outras companhias?
Em 2003, Bezos pediu que uma pequena equipe construísse um protótipo. Três anos depois, foi lançada a Amazon Web Services (AWS), oferecendo computação em nuvem para startups — considerado com uma “aposta de risco” por Wall Street.
O que ninguém havia percebido ainda era que a empresa acabava de “reinventar” a internet. Em vez de gastar milhões em servidores, as empresas poderiam agora “alugar” o poder de computação da Amazon.
Caso tivessem sucesso, essas startups poderiam contratar imediatamente todos os serviços em nuvem de que precisassem. Caso fracassassem, não teriam que ficar com vários equipamentos de armazenamento.
Foi uma virada de jogo 🚀
Segundo Werner Vogels, CTO da Amazon, os primeiros empreendedores da internet provavelmente gastavam 70% do seu tempo construindo data centers e mantendo softwares de infraestrutura básica. Só 30% era usado na construção de produtos.
Com a introdução da AWS, essa proporção foi invertida. Inicialmente, os clientes precisavam apenas de um e-mail e de um cartão de crédito para acessar o armazenamento de dados e os serviços de database.
Isso tornou mais fácil para que as pessoas iniciassem negócios online com uma infusão mínima de capital.
Então, em 2010, uma tal de Netflix decidiu abandonar seus próprios servidores e construir tudo na AWS… Era tudo o que eles precisavam. Depois disso, vieram Facebook, Airbnb, NASA e até a CIA.
A introdução desses serviços permitiu que a AWS atendesse a uma gama mais ampla de casos de uso, desde análise de dados até machine learning.
Em 2015, mais da metade do lucro operacional da Amazon veio da divisão de nuvem da varejista. Hoje, os números são impressionantes.
Projeção de faturar mais de US$ 100 bilhões em 2024;
Controla 32% do mercado global de nuvem.
Por falar em mercado…
A Amazon “nadou” sozinha durante 4 anos. Isso porque seus 2 maiores rivais no segmento, Microsoft e Google, lançaram suas divisões de computação em nuvem somente em 2010 e em 2011, respectivamente.
Segundo Bezos, “Esta é a maior sorte empresarial da história dos negócios. Acho que as grandes empresas de software empresarial não viam a Amazon como uma empresa de software empresarial confiável, então tivemos esse caminho incrível.”
Mas é mais do que apenas a lealdade que mantém a AWS na liderança. Os serviços da empresa são facilmente configuráveis e escaláveis com base nas necessidades individuais, quase como “blocos de Lego”