Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors

Mais uma derrota para Luiz Vicente Berti: MP Eleitoral recomenda rejeição de ação por compra de votos em Sobradinho

O Ministério Público Eleitoral da 66ª Zona, com sede em Casa Nova (BA), recomendou a improcedência da representação movida pelo ex-prefeito Luiz Vicente Berti contra os atuais gestores e pré-candidatos à reeleição em Sobradinho: o prefeito Regis Cleivys Sampaio Bento (Cleivinho), o vice-prefeito Carlos Jarques Canturil da Silva (Canturil) e o ex-secretário Doriedson Manoel de Sousa.

Denúncia alegava captação ilícita de sufrágio durante campanha de 2024

A acusação foi baseada em denúncia feita por Wesley Bruno Ferreira da Silva, que afirmou ter recebido R$ 1.600 via Pix em troca de apoio político. Segundo Wesley, a negociação teria ocorrido na casa de Canturil, no final de agosto de 2024, e envolvido diretamente Cleivinho, Canturil e Doriedson.

Como supostas provas, ele apresentou áudios, prints de WhatsApp, comprovantes de transferência e um vídeo gravado clandestinamente, todos anexados em ata notarial.

MP considerou provas frágeis e ilícitas

A promotora eleitoral Thays Rabelo da Costa, responsável pelo parecer, considerou as provas frágeis e obtidas de forma ilegal. Wesley admitiu ter utilizado equipamento clandestino para gravar conversas em ambientes privados sem autorização dos interlocutores, o que viola a privacidade e torna as provas juridicamente inválidas.

A promotora destacou que, conforme jurisprudência do STF e TSE, gravações clandestinas feitas sem autorização judicial são provas ilícitas, mesmo quando realizadas por um dos envolvidos na conversa. Além disso, qualquer outro material derivado dessas gravações também perde a validade, com base na teoria dos “frutos da árvore envenenada”.

MP afirma que não houve comprovação de crime eleitoral

O parecer reforça que, para se configurar captação ilícita de sufrágio (compra de votos), é necessário haver prova concreta de que houve uma oferta de vantagem feita diretamente por candidato ou com sua anuência, com objetivo explícito de obter votos. No caso em questão, o Ministério Público entendeu que não há elementos suficientes que comprovem tal prática.

“Diante das sérias consequências jurídicas que a presente demanda pode acarretar – máxime a cassação de diploma e/ou mandato, além da declaração de inelegibilidade – é imperioso que a pretensão se encontre alicerçada em sólido e idôneo acervo probatório”, escreveu a promotora Thays Rabelo.

“In dubio pro sufragio”: preservação da vontade popular

O parecer também destaca o princípio jurídico do “in dubio pro sufragio”, que determina que, em caso de dúvida, deve prevalecer a vontade popular expressa nas urnas. Diante da ausência de provas robustas, o MP opinou pela rejeição da ação, reconhecendo a ilicitude dos elementos apresentados e a inexistência de conduta típica prevista no artigo 41-A da Lei nº 9.504/97.

Decisão final está nas mãos da Justiça Eleitoral

O parecer foi assinado eletronicamente no dia 8 de maio de 2025 e encaminhado ao juiz eleitoral responsável pela 66ª Zona. A decisão final sobre o caso dependerá da análise do magistrado, que avaliará se acolhe ou não o entendimento do Ministério Público Eleitoral. Processo Número: 0600600-81.2024.6.05.0066

Veja também:

Blog O Vale Quer Saber
Privacy Overview

This website uses cookies so that we can provide you with the best user experience possible. Cookie information is stored in your browser and performs functions such as recognising you when you return to our website and helping our team to understand which sections of the website you find most interesting and useful.