Eu poderia falar mil coisas aqui. Poderia falar da primeira música que tu me encaminhou, “Love Is Only a Feeling”, do The Darkness. Poderia falar que toda vez que ela toca na minha playlist eu lembro dos teus beijos.
Poderia falar dos roncos que me atrapalhavam à noite e que, de fato, eu adorava me incomodar — engraçado, eu, uma pessoa que sempre amou estar sozinha e em silêncio.
Após muito tempo, eu senti que o meu coração ainda batia, e batia por alguém que nunca imaginaria: um cara do trabalho, muito mais velho, dito popularmente como chato. Surpreendida assim, me joguei — a cada encontro, cada música, cada descoberta, cada troca de mensagens.
Sonhei, sonhei! Mas sonhar sozinha é muito cruel.
De mim, parto com os melhores sentimentos. Me doei 100%, fiz o meu melhor e não me arrependo. Gosto de abraçar a vida, de agarrar-me na paixão, de me entorpecer no cheiro, de gostar, de transbordar, partilhar, enlouquecer, porque pra mim a vida é tão uníssona pra não se jogar no amor.
Tu, com todos os teus nãos, com todas as tuas não possibilidades, com o teu não gostar, ainda assim, me despertaste o mais puro querer. Te acharei um bobo pro resto da vida, mas respeito as tuas escolhas, até dessas mais tontas.
Não me libertarei do mesmo gosto musical, das caminhadas longas, das tuas dancinhas, dos docinhos, do café com leite em pó & dos banhos abraçados — esses levo comigo, bem junto.
São os recortes que carregarei, colados no peito. Espero que, no fundo, eu tenha deixado algo de mim em ti também.
Tudo bem se essa história não teve a mesma intensidade pra você — eu que vivo assim, pois só tenho o hoje e o gostar nunca é em vão. Carrego nossos dias comigo e te guardarei pro resto da minha vida no melhor canto do meu coração, sempre.
Com carinho,
Ellen.
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